quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Acorrentado

   O peso da corrente, o bico seco, a fome de liberdade...

   “- Sirva-me ou deixe-me caçar!”

   Nunca respondem! Obcecados com seus instrumentos cirúrgicos em mau estado. Não quero me tornar um suvenir vazio e adornar uma estante empoeirada e mórbida. O Sol, o frio, as grades... Meus olhos fitam o horizonte desde que cheguei aqui, mas o limite da corrente é o mesmo da minha existência.

   - Maldito taxidermista! Você precisa entender que a beleza não existe sem o brilho nos olhos. Mas quando for empalhado, minha alma estará livre, e assim poderei voar.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Apesar de sombrio,gosto e entendo, pois já fui deste mundo.
    Si

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  3. O comentário acima parece ter sido feito por alguem que morreu

    "pois já fui desse mundo"

    Medo, muito medo.

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