quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Capítulo de um livro não escrito ou de como se apaga o mundo

E o vento trouxe o frio. Também com ele, a trágica notícia.

Muito embora queira acreditar na não existência desta, sempre soube que este dia chegaria. Afinal, assim são as coisas, acontecem. Não somos quadros ou fotografias, somos algo além. Não deveria fazer frio hoje. Não é a época para tal, mas nunca sabemos para onde o vento irá soprar, não é mesmo? E se soubéssemos, faria realmente alguma diferença?

Apesar de agasalhado, com frio estou. Parece até que este é inevitável e sempre passará pelas frestas mais minúsculas que nem sequer parecem habitar os corpos e coisas, mas habitam. Assim são as coisas. Assim é o mundo. Agora me ocorreu o pensamento: Teria sido a morte dela que ocasionara a súbita mudança, que teria causado tal vento e o que nele é carregado?

Por certo este ambiente combina com tudo isso, não? Que mais poderia acompanhar a tudo, senão um dia nublado e gélido, em pleno verão? Pois é... sei que isso não é nada além de asneiras. Pura divagação sem sentido e falsa em sua mais profunda origem, em sua raiz.

Mas sei também que a raiz deve brotar e ir para algum lugar, qualquer que ele seja. Mas para onde? Gostaria de saber. Tal vontade deve fazer de mim um curioso, não? De qualquer modo, já disse que isso não deve fazer diferença. O vento sempre sopra e o horizonte sempre insiste em sua teimosia: o de nunca ser alcançado.

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